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"Quebrando o Tabu": Debatendo a descriminalização das drogas

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Post by wodouvhaox Tue May 31, 2011 11:03 am

Quebrando o Tabu, documentário dirigido por Fernando Grostein Andrade, estreará na próxima sexta, 3 de junho. Fernando Henrique Cardoso funciona como fio condutor do filme, além de ter participado da elaboração do roteiro. O longa-metragem, um grande painel sobre o problema das drogas no Brasil e no mundo, tem depoimentos de várias personalidades, como os ex- presidentes dos Estados Unidos Jimmy Carter e Bill Clinton, além do escritor Paulo Coelho, do médico Drauzio Varella e muitos outros figurões e anônimos cujas vidas foram afetadas pelas drogas.

O filme denuncia a chamada "guerra contra as drogas", que foi iniciada no governo de Richard Nixon há 40 anos e vem sendo adotada pelos governantes norte-americanos desde então. Segundo a visão de Quebrando o Tabu, essa política de tolerância zero fracassou, não conseguindo evitar o consumo e apenas fortalecendo o crime organizado; assim, o problema precisa ser atacado de uma outra maneira, com mais inteligência e compreensão. Em entrevista coletiva no começo da noite desta segunda-feira, 30, para promover o filme, Fernando Henrique, que atualmente é presidente da Comissão Global de Políticas sobre Drogas, disse que não tem nenhuma receita para acabar com as drogas - aliás, ele afirma que ninguém tem uma solução concreta. Mas reforça que sua atuação visa principalmente alertar e abrir o debate: "Acho primeiro que tudo tem que partir da sociedade. Ninguém mais pode fingir que isso não existe ou que é problema exclusivo da polícia. Mas só depois disso é que o Congresso tem que entrar em ação e possivelmente mudar as leis", declarou.

Fernando Henrique fala que um passo muito importante seria a possível descriminalização das drogas mais leves, como a maconha. "É preciso tirar este problema exclusivamente da justiça e da polícia. Os usuários têm que ser tratados como pessoas doentes, não como criminosos", constatou. "Mas é preciso expandir a assistência de saúde e também fazer campanhas mais eficientes mostrando que as drogas, qualquer tipo de droga, fazem mal à saúde. Veja o caso do cigarro: ele não está proibido, mas está sob uma regulação cada vez mais rígida e as pessoas estão se conscientizando que ele faz mal."

Quebrando o Tabu acompanha algumas experiências bem sucedidas de descriminalização de drogas feitas em países da Europa como Suíça, Holanda e Portugal. No entanto, FHC admite que nem sempre é possível adotar esses modelos em um país tão cheio de desigualdades sociais como o Brasil. "Cada caso é diferente. Aqui é preciso também usar a lei com rigor para combater o tráfico. Afinal, há muita violência. As Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) no Rio de Janeiro têm sido um boa experiência, mas não é apenas um problema policial. Afinal, a princípio, os jovens é que são atraídos pela drogas. E, em meio a tanta pobreza, infelizmente o tráfico é o único 'emprego' que eles têm."

O ex-presidente foi um tanto esquivo sobre a Marcha da Maconha, que depois se transformou em Marcha da Liberdade. Como foi amplamente noticiado, a Marcha aconteceu no último dia 21 de maio e foi reprimida violentamente pela polícia de São Paulo. FHC concordou que este tipo de manifestação faz parte da discussão democrática sobre o assunto tão polêmico. Porém, defendeu a ideia de que a polícia foi lá para evitar que ela acontecesse, já que Justiça a tinha proibido. Ainda assim, condenou o abuso ocorrido: "As pessoas têm que se manifestar, sim, e não podem ser tratadas com esse tipo de violência."

Fernando Henrique defendeu que também tem de existir vontade política para que haja mudanças, e meditou: "Eu fiquei oito anos no poder e confesso que não sabia muito sobre o tema. Fui aprendendo com o tempo. E nem sempre os políticos podem fazer tudo o que querem. Depende muito do momento. Agora, como ex-presidente, me sinto mais à vontade para enfrentar estes temas delicados." Mesmo longe do poder, FHC afirmou que o governo atual tem procurado lidar com o problema: "Paulo Teixeira, líder do PT na Câmara, tem um projeto correto sobre o assunto".

fonte: Rolling Stone
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Post by wodouvhaox Tue May 31, 2011 11:16 am

Para FHC, filme sobre drogas não será discutido no Congresso

No filme, o ex-presidente da República argumenta que a criminalização do usuário, ao invés de inibir, incentiva o tráfico de drogas.

"Esse não é um filme de tese", disse FHC, em conversa com jornalistas, na segunda-feira. "É um documentário à procura de soluções."

Afirmou também que o objetivo do longa-metragem é informar o público a respeito do problema, para fomentar um debate. "Não acho que o tema deva ser discutido pelo Congresso neste momento. As sociedades não mudam de uma vez, mas em etapas", declara.

fonte: Ilustrada
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Post by wodouvhaox Tue May 31, 2011 11:30 am

Diretor de 'Tropa de Elite' diz ser a favor da legalização da maconha

Por que o presidente resolveu meter a mão nesse vespeiro? “Porque é um vespeiro. As pessoas não tem coragem de quebrar o tabu e dizer: vamos discutir a questão”, diz Fernando Henrique Cardoso.

Perguntado sobre o motivo pelo qual não foi implementado em seu governo, Fernando Henrique Cardos responde: “Primeiro porque eu não tinha a consciência que tenho hoje. Segundo que eu também achava que a repressão era o caminho”.

Todos concluem que a guerra mundial contra as drogas, iniciada há 40 anos, é uma guerra fracassada. Bilhões de dólares são gastos no mundo inteiro, mas o consumo cresce, e cresce o poder do tráfico, espalhando a violência. As armas constantemente recolhidas dos traficantes no Rio de Janeiro são a prova de que a polícia trabalha enxugando gelo. É preciso ir além das apreensões de drogas e do combate aos traficantes.

“Um ponto central é questionar a lógica de guerra, não é defender o uso da droga. É apenas dizer: ‘vamos ver, vamos pensar se não existem jeitos mais inteligentes e mais eficientes de lidar com esse assunto’”, diz o diretor do filme Fernando Gronstein Andrade.

No Brasil, a maconha é a droga mais difundida. Consumida por 80% dos usuários de drogas; 5% da população adulta. Mas é inofensiva a ponto de ser legalizada?

“Não há droga inofensiva. Qualquer coisa depende da dose, da sensibilidade do indivíduo. Agora, entre as drogas usadas sem finalidade médica para fins de divertimento, para fins de recreação, a maconha é bastante segura”, afirma Elisaldo Carlini,médico da Unifesp especializado em drogas.

Palavra de quem há mais de 40 anos estuda a questão e trata dependentes. O professor Elisaldo Carlini representa o Brasil nas comissões de drogas da Organização Mundial da Saúde (OMS) e das Nações Unidas.

“Defendo totalmente a descriminalização”, diz Carlini.

“Eu sou contra porque quanto mais fácil você tornar a droga disponível na sociedade, maior será o consumo”, defende o psiquiatra da Unifesp Ronaldo Laranjeira.

O professor Ronaldo Laranjeira trata de dependentes químicos há 35 anos. “Ela é uma droga perigosa. Um dos principais exemplos é que 10% de todos os adolescentes menores de 15 anos que experimentam com a maconha vão ter um quadro psicótico”, afirma.

Na lista das drogas mais perigosas publicada na revista médica “Lancet”, respeitada no mundo inteiro, a maconha aparece em 11º lugar, bem atrás do álcool e até mesmo do cigarro, que são vendidos legalmente.

“Álcool é mais letal do que maconha. Não se diz isso, mas é. Pelo menos os dados mostram isso. Então, temos que discutir e diferenciar, regular o que pode e o que não pode”, defende o ex-presidente Fernando Henrique.

Regular não é o mesmo que legalizar. E foi isso que Fernando Henrique Cardoso descobriu indo para a Holanda. Lá a maconha é vendida em cafés. Mas o governo não legalizou o uso indiscriminado. Funciona assim: a regulamentação determina que você não pode consumir nas ruas, nem vender fora dos cafés; nos locais determinados, fuma-se maconha sem repressão policial.

“Na Holanda é muito interessante. Os meninos de colégio – eu conversei com eles - não têm curiosidade pela maconha, porque é livre”, garante Fernando Henrique Cardoso.

O consumo de maconha é tolerado e, mesmo assim, vem caindo. Desde 2006, a lei brasileira já trocou a prisão por penas alternativas para quem é pego com drogas e considerado usuário, não traficante. Mas que quantidade de drogas, que situação caracteriza o tráfico? Isso a lei deixa a critério do juiz.

É uma linha difícil de estabelecer. Como o doutor Drauzio Varella explica no documentário: “Como a droga é criminalizada, é um crime você possuir a droga, não vão dez pessoas comprar se uma pode comprar e dividir entre as dez. E o menino que usa droga percebe que, dessa maneira, também se ele vender um pouquinho mais caro, a dele sai de graça”, argumenta o médico no filme.

Nesse caso, o usuário vira traficante e acaba na prisão, onde, como se sabe, a droga circula facilmente.

Em Portugal, o consumo de entorpecentes não dá mais cadeia desde 2001. Mas há uma penalidade: o usuário tem que fazer tratamento médico e prestar serviço social.

“A maior parte dos que usam drogas quer sair dessa situação. E a existência de um caminho que não os leve à cadeia, mas que leve ao tratamento, é positiva”, ressalta Fernando Henrique.

O ministro da Saúde de Portugal explica que dez anos depois o tratamento é gratuito para dependência em todo tipo de droga – da maconha ao crack.

“Dez anos depois, o que nós vemos? Os nossos jovens consomem menos drogas ilícitas”, revela o ministro.

“Eu não vejo nenhum sentido em criminalizar o uso e a posse dessas drogas todas. É um caso de saúde, não é um caso de polícia”, avalia Elisaldo Carlini.

Mas qual é a estrutura que o Brasil tem hoje para tratar seus dependentes?

“Essas pessoas ficam perambulando pelo sistema de saúde ou perambulando, literalmente, pelas ruas, no caso dos usuários de crack. E você fica desassistindo ativamente essa população”, comenta Ronaldo Laranjeira.


O Ministério da Saúde já fez as contas do que falta para tratar dependentes químicos: 3,5 mil leitos hospitalares, 900 casas de acolhimento e 150 consultórios de rua, para chegar às cracolândias, por exemplo. Mas a previsão é atingir essa meta só em 2014.

“Como ministro da Saúde, tenho opinião como ministro. Exatamente isso: nós do Sistema Único de Saúde (SUS) precisamos reorganizar essa rede e ampliá-la rede para acolher usuários de drogas, sejam lícitas ou ilícitas”, afirma Alexandre Padilha.

Na Suíça e na Holanda, existem os projetos chamados de redução de danos: dependentes de drogas pesadas, como heroína, recebem do governo a droga e agulhas limpas.

“É terrível ver isso. Mas você vê também que ali está um doente, não um criminoso”, constata Fernando Henrique Cardoso.

Triste, mas é essa redução de danos que evita a transmissão de doenças infecciosas, mortes por overdose e a ligação dos usuários com o crime.

“Eu não estou pregando isso para o Brasil, porque a situação é diferente, o nível de cultura, riqueza e violência é diferente. Cada país tem que buscar seu caminho. É isso que eu acho fundamental. Quebrar o tabu, começar a discutir e ver o que nos fazemos com a droga”, diz Fernando Henrique Cardoso.

Ouvindo um ex-usuário famoso, o documentário dá uma pista: campanhas de prevenção abertas e honestas podem funcionar.

“O grande perigo da droga é que ela mata a coisa mais importante que você vai precisar na vida: o seu poder de decidir. A única coisa que você tem na sua vida é o seu poder de decisão. Você quer isso ou quer aquilo? Seja aberto, seja honesto. Realmente, a droga é fantástica, você vai gostar. Mas cuidado, porque você não vai poder decidir mais nada. Basta isso”, alerta o escritor Paulo Coelho.

Painel do Fantástico
O Fantástico abriu uma votação para saber a votação do público sobre a regulamentação do uso da maconha no Brasil. O resultado da pesquisa instantânea do nosso painel foi: 57% dos telespectadores que votaram defenderam que o consumo deve ser permitido e regulamentado.

Fonte: Enteogenico
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Post by wodouvhaox Wed Jun 22, 2011 11:21 am

Por que sou contra a descriminalização da maconha (ou: Vamos marchar pelo crack?)

André Forastieri

Neste sábado, brasileiros marcharão pela liberdade em mais de 30 cidades. É ótimo que os brasileiros estejam marchando. É fundamental que defendamos o que julgamos correto. E essencial que possamos fazer isso sem levar cacetada da tropa de choque nem respirar gás lacrimogêneo, como aconteceu outro dia em São Paulo, cidade que adora fascistóides e factóides. O que os marchantes defendem? O cardápio de reivindicações é variado.

Em Cuiabá, por exemplo, inclui a greve dos professores da rede estadual, a diminuição das reservas indígenas, a luta contra a aprovação do Código Florestal, a defesa do investimento na agricultura familiar e nas favelas. Em outras cidades, outras pautas - homofobia, racismo etc. É a Marcha da Liberdade, então cada um tem direito de defender a bandeira que lhe aprouver, contanto que socialmente responsável e defensável.

Não marcharei e aproveito o embalo para também hastear meu estandarte. Que é o seguinte: chega desse papo de descriminalizar a maconha. É muito além de ridículo. Quando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sai em capa de revista defendendo a descriminalização, está na cara que este tema já não requer mobilização nenhuma.

O Supremo Tribunal Federal já garantiu esta semana que temos todos o direito de marchar pela descriminalização da maconha, o que é mais uma razão para não marcharmos. Rebeldia com autorização do judiciário não tem graça nem efeito.

O grande argumento que ouço pela descriminalização da maconha é que ela faria menos mal que as outras (ou não faria mal nenhum). Discordo completamente e muitas outras pessoas discordam também. E aí? Quem vai decidir, "cientificamente", que fumar baseado é menos ruim que cheirar pó?

E, sim, a convicção da sua tia Maricota de que a maconha leva a outras drogas é razoável. Nunca ouvi falar de alguém que fume crack, ou tome ácido, que anteriormente não tenha fumado maconha (se bem que, como dizia Frank Zappa, todos os drogados começam com leite materno).

Mas a grande razão para eu não marchar é que sou contra a descriminalização da maconha. Sou pela legalização, o que é completamente diferente. Entendo que cada ser humano tem direito de fazer o que bem entender com o seu corpo - e nada com o corpo alheio, a não ser com autorização do outro.

Por isso, deveria ser legalizado não só o consumo de maconha, mas sua produção e venda. E não só da maconha, mas do LSD, do crack, da heroína, do ecstasy e de todas as outras drogas hoje ilegais. Venda em farmácia, em bar, em supermercado, onde for. Com controle de qualidade regulamentado por agências governamentais, e pagando imposto. Como cachaça, cigarro e batata frita de pacotinho.

A luta pela liberdade tem de ser a luta pelo direito de consumir coisas que fazem mal, fazer coisas que fazem mal, e não se render aos que querem determinar o que faz bem ou é bom. Como rezava a plataforma da banda de rock mais ativista da história, o MC5: drogas, armas, e sexo nas ruas. Lutar pela liberdade é defender o indefensável, dizer o escandaloso, publicar o impublicável e exigir o impossível. Menos é mediocridade, é passeio no parque, festinha de centro acadêmico.

Marchem, mas com ambição e propósito. E prontos não só pra levar porrada, mas para dar também.

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